RESUMO DO LIVRO: O PRÍNCIPE
– “NICOLAU MAQUIAVEL”
- O
Príncipe
Outros agradam o príncipe com presentes caros
(cavalos, ouro, joias), eu como forma de submissão lhe presentearei com meu conhecimento
em forma de livro, pois para entender o caráter do povo é preciso ser príncipe
e para entender o príncipe é preciso ser povo.
- De quantas espécies são os principados e
de que modo os adquirem
Todos os governos que tem autoridade sobre
seu povo são considerados repúblicas ou principados, pois já estão acostumados
a viverem sobre o mando de um superior.
- Dos
principados hereditários
Os príncipes hereditários tem mais autonomia
de mando com relação aos que “adquiriram“ um reino, pelo fato que uma mudança
deixa aberta o espaço para novas mudanças. Porém um príncipe novo ou
hereditário deve sempre buscar ser amado deixando seus vícios de lado.
- Dos
principados mistos
Um príncipe novo deve ofender os súditos de
regiões rebeladas num primeiro momento para mostrar quem está no poder agora.
Quando um príncipe conquista um território
com as mesmas características do seu é fácil mante-lo, como aconteceu em
Borgonha, Bretanha e Normandia que estiveram muito tempo sobre domínio da
França. Mas quando se conquista um território com características diferentes do
seu a melhor forma de mante-lo é habita-lo a fim de evitar rebeldias, como fez
o Turco da Grécia. Porém se não pode habita-las, envia tropas que criação colônias
e lhe avisarão de qualquer problema.
Punir a menor ofensa para que não ocorram maiores,
e para que não se criem “chefes do povo”.
Um príncipe prudente deve conhecer os
problemas do reino, antes dos mesmos acontecerem, a fim de evitar o pior. Pois
a guerra não se evita, apenas se adia.
Perdeu a Lombaridia, o Rei Luis, pois não
respeitou nenhum dos princípios observados por outros que domirao a província.
Disto se extrai uma regra geral: quem é cauda do poderio de alguém se arruína,
porque esse poderio resulta da astucia ou da força e ambas são suspeitas para
aquele que se tornou poderoso.
-
Porque o reino de Dario, ocupado por Alexandre, não se rebelou contra seus
sucessores após a morte deste.
Alexandre com muita dificuldade conquistou
toda a Ásia, depois de sua morte temia-se que o próprio Estado se se rebela
contra o sucessor, porem encontraram outra dificuldade que nascia da ambição
pessoal de cada um deles.
Os principados se dividem de duas formas: um
pelo príncipe e pelos servos, caso do império turco o qual é muito difícil
domina-lo pela união que o povo tem, porem depois de dominado facilmente é
mantido. E a outra forma é o príncipe e seus barões concedidos pelo sangue,
caso da França, estes podem ser facilmente dominados, porem dificilmente os
matem pela ambição pessoal dos barões.
O único impedimento para os sucessores de
Alexandre foram eles mesmos, e suas adversidades de objetivos.
- De
que modo se devam governar as cidades ou principados que, antes de serem
ocupados, vivam com suas próprias leis.
Existem três modos: arruína-los, habita-los
pessoalmente, ou deixa-los viver com suas próprias leis e somente arrecadar os
tributos. Alguns exemplos: os Espartanos conservaram Atenas e perderam-na, os
Romanos para manter Cápua, Cartago e Numancia as destruíram.
Concluo, portanto que a forma mais segura de
dominar uma província e mantê-la é destruí-la ou habita-la pessoalmente.
- Dos
principados novos que se conquistam com as armas próprias e virtuosamente.
Um príncipe prudente deve seguir sempre o
caminho certo que outro príncipe fez. E o que menos se apoiar na sorte e mais
se apoiar em suas virtudes certamente estará mais seguro.
Moises, Romulo, Ciro e Teseu, não tiveram
algo de sorte senão a ocasião, e essas oportunidades foram usadas de maneira
correta e fizeram estes homens felizes.
Num principado novo torna-se difícil um
príncipe impor suas ordens pelo fato que todos estão contra você, por isso o
príncipe deve persuadi-los para que tenham certeza de sua persuasão e nele
confiem.
Um exemplo do falta de experiência, e de não
buscar caminho já percorridos foi o Frei Girolamo Savanarola, que não conseguiu
convencer o povo com suas leis e assim ele mesmo se arruinou.
- Dos
principados novos de se conquistam com armas e fortuna dos outros.
Estes com pouca fadiga de tornam príncipes,
porem com muito esforço se mantem, ficam submetidos á vontade de quem lhes
concedeu o Estado, não sabem comandar, não possuem amigos fiéis e nem raízes
profundas (tradição) que lhes mantem firme.
Francisco Sforza, pela sua grande virtude,
com mil esforços conquistou, e com pouco trabalho o manteve. Já César Borgia,
adquiriu o Estado com a fortuna do pai e juntamente com ele o perdeu.
Quem não lança os alicerces primeiro com
muita virtude, depois se tornara mais difícil estabelece-los.
- Dos
que chegaram ao principado por meio do crime
Pode se tornar príncipe de dois modos: pela
maldade, ou pelo favor de seus concidadãos.
Agatócles siciliano tornou-se rei de
Siracusa, pela maldade, certa manha reuniu o povo e o senado para falar de
assuntos sobre a república, e num sinal combinado mandou seus soldados matarem
os senadores e os mais ricos da cidade, assim se tornado rei sem nenhuma controvérsia.
Trair seus amigos poderá lhe fazer conquistar o poder mais nunca a gloria
Assim um príncipe para manter-se no poder
deve exercer todas as ofensas de uma só vez, para não precisar renova-las
novamente e assim causar ódio de seus cidadoes, um príncipe prudente nunca deve
variar sua posição entre o bem ou o mal.
- Do
principado civil
Quando um cidadão privado, por favor, de seus
cidadoes torna-se príncipe, isso resulta do fato de o povo não quer ser mandado
por ele. Portanto um principado é constituído ou pelo povo ou pelos grandes.
O que chega ao principado pelo apoio dos
grandes se mantem com mais dificuldade do que aquele ascendente do povo e este
não possui tanto respeito por não poder mandar no povo que o elegeu eis que o
objetivo deste torna-se mais honesto.
Mesmo o príncipe escolhido pelos grandes deve
agradar o povo, pois sem eles você se arruína. Portanto independente do modo
que você se tornar príncipe deve ter o povo como amigo, para isso o príncipe
deve fazer o povo sempre precisar do Estado, para torna-los fieis.
- Como
se medir as forças de todos os principados.
Os inimigos terão receio de lhe atacar se for
uma província forte e ajudada pelo povo. Um príncipe afoito sempre superará as
dificuldades, ora dando esperança de melhora aos súditos, ora incutindo
crueldade no inimigo. E para não perder o povo o príncipe nunca deve deixar
faltar, comida, moradia e saúde.
- Dos
princípios eclesiásticos (igreja)
Estes principados não são governados por
príncipes e nem pelo povo, mas sim pela religião deste modo não são atacados e
nem dominados pelo respeito à religião. Por isso o Papa tomava os territórios
por seu carisma e pela religião convencendo o povo e assim nunca sofria ataques
por respeito à religião.
- De
quantas espécies são as milícias e os soldados mercenários.
As armas as quais um príncipe defende seu
Estado ou são próprias, mercenárias, auxiliares ou mistas. As auxiliares e as
mercenárias são perigosas e inúteis e se alguém tem o estado apoiado nelas
nunca estará seguro, pois são ambiciosas e não tem temos a Deus.
Estas tropas estão sempre prontas na paz, mas
na guerra preferem fugir. Seus capitães se forem bons não podes confiar e se
forem ruins te levarão a ruina.
Os mercenários antes do ataque eram 20 mil,
quando a Itália foi atacada pelos Venezianos tinham somente 2 mil mercenários,
assim a Itália foi destruída.
- Dos
soldados, auxiliares mistos e próprios.
As tropas auxiliares são aquelas que quando
precisas empresta-as de outro poderoso para te defender ou atacar. Estas tropas
para quem as chames são sempre danosas perdendo ficas liquidado e vencendo
ficas seu prisioneiro.
O imperador de Constantinopla, para se opor a
seus vizinhos, concentrou na Grécia 10 mil soldados turcos , que terminada a
guerra, não quiseram abandonar o pais.
Essas tropas são mais perigosas que as
mercenárias, dadas que estas a ruina é certa. Portanto um príncipe prudente
prefere perder a guerra com suas tropas, do que vencer com tropas alheias e
depois se arruinar por elas.
Deste modo o principado que não tiver forças
próprias (súditos, cidadoes ou criaturas tuas) nunca estará seguro.
- O que
compete a um príncipe acerca da milícia (tropa).
O príncipe não deve ter outro objetivo senão
a guerra, pois esta é a função de quem comanda, e se este não agir com
prudência perde o Estado. O príncipe deve estar sempre em campo com as tropas
para com elas melhorar suas táticas tanto de ataque, quanto de defesa.
Filópemenes, príncipe de Aqueus, dentre
outros louvores, em tempos de paz sempre pensava na guerra, juntava suas tropas
e conhecia suas províncias, e, além disso, pedia a opinião dos soldados sobre
melhores formas de se defender e atacar em cada situação.
E um príncipe sábio deve ler historias de
grandes homens e imita-las sempre que possível, como Alexandre Magno que
imitava Aquiles e Cipião a Ciro.
-
Daquelas coisas pelas quais os homens, e especialmente os príncipes, são
louvados ou vituperados.
Um homem que sempre usar a bondade com seus
súditos perde sua autoridade, portanto ela deve ser usada segundo a
necessidade.
Um príncipe prudente deve sempre fugir de
vícios que o tornam rotuláveis como: crueldade, bondade, religioso e outros.
Porém um príncipe deve tentar “ocultar” esses vícios dos súditos e usa-los
sempre que necessário.
- Da
liberalidade e da parcimônia (cautela).
A liberdade se for usada a todos te
prejudica, porém se premiar uns e causar mal a outros perde o poder. Um
príncipe tem que ser prudente e nunca atribuir altos impostos a seus súditos
para não ser odiado.
Um príncipe novo deve usar da liberalidade
para cativar os súditos, já um príncipe antigo isto lhe prejudicara. Já um
príncipe que se enriquece saqueando tribos deve sempre cativar os soldados com
premiações, pois o que não é teu pode ser distribuído para os outros, como fez
Ciro, Cezar e Alexandre.
A liberdade se for usada sempre, perde a
faculdade de ser utilizada e consequentemente ira aborrecer os súditos e esses
se voltarão contra seu poder.
- Da
crueldade e da piedade; se é melhor ser amado que temido, ao antes ser temido
que amado.
Um príncipe deve preferir se amado do que
temido, porém não a problema em ser temido desde que isso torne seus súditos
leais.
Porém é mais seguro ser temido, pois os
homens são ingratos e volúveis, e quando te oferecem o bem são teus, porem se
fazeres o mal revoltam-se. As amizades adquiridas pelo dinheiro de nada valem,
mas o temor se torna obrigação e este faz com que as pessoas fiquem receosas ao
castigo.
Nunca ferir um homem tirando-lhe seu
patrimônio, pois isto lhe ferirá mais do que a morte de seu pai. Um príncipe
nunca deve temer se mostrar cruel diante de seu exercito como fizeram Aníbal e
Cipião que diante de um exercito de diferentes raças, e crenças nunca foram
desrespeitados, pois o temiam.
Um príncipe amado agrada seus súditos, e
temido por eles nunca os perde e nem será odiado.
- De
que modo os príncipes devem manter a fé da palavra dada.
Um príncipe deve manter a palavra dada e
viver com integridade, ensinamento vindo do centauro Quiron. Um príncipe nunca
deve guardar sua opinião se ela lhe prejudicara. Pois quem engana um dia será
enganado.
Alexandre VI não fazia outra coisa senão
enganar as pessoas, porém ele as fazia em ocasiões que podia mentir, para tanto
um príncipe não precisa apresentar puramente a fé de sua palavra, mas tem que
demonstrar esta qualidade as pessoas para que elas acreditem no que é dito.
Concluo, portanto que os homens julgam mais
pelos olhos do que pelas mãos, porque a todos cabem ver mais poucos são capazes
de sentir.
- De
como se deva evitar o ser desprezado e odiado.
Odioso é aquele que usurpa os bens e mulheres
de seus súditos, e desprezado é aquele que engana, é volúvel e leviano.
Um príncipe reputado dificilmente é atacado e
para isso não deve ser odiado pela maioria.
Um conspirador do príncipe se tiver o povo
como inimigo deve temer muito depois do fato ocorrido. Como aconteceu com
Aníbal Bentivoglio, príncipe da Bolonha, morto pelos caneschi que contra ele
haviam conspirado depois do homicídio o povo se rebelou e matou todos os
caneschi. Portanto se o povo lhe é amigo não deves temer conspirações externas.
Além de lutar contra a ambição dos grandes e
a insolência do povo, os príncipes romanos enfrentaram uma terceira dificuldade
a crueldade dos soldados, que agiam de forma maldosa para contra o povo e isso
enfraquecia o príncipe.
Outra coisa que se deve notar é que pelas
boas ou pelas más ações você adquire o ódio, como exemplo Alexandre, o qual foi
de tanta bondade, que em 14 anos que conservou o poder nunca executou uma
pessoa sem julgamento porem foi considerado efeminado pelo exercito que conspirou
contra ele e foi morto.
Falando agora do outro lado, Comodo, Severo,
e Maximino, foram extremamente cruéis para agradarem os soldados, porém foram
mortos pelo povo.
Vamos pegar um exemplo mais especifico
Comodo, adquiriu o império de forma hereditária de seu pai Marco, uma vez que
era somente seguir os passos de seu pai para manter o principado, quis mudar
para o jeito cruel contra o povo e cativar o exercito assim odiado por uns e
amado por outros, conspiraram contra ele e foi morto.
O ódio ou o desprazer e a única causa destes
príncipes forem mortos ou pelos soldados ou pelo povo.
- Se as
fortalezas e muitas outras coisas que a cada dia são feitas pelos príncipes são
uteis ou não.
Cada príncipe utiliza de um método para
proteger seu estado, os novos armam o povo como forma de confiança, uns começam
a conquistar a poio de quem não tinham confiança e outros construíram
fortalezas para se protegerem.
As fortalezas são relativas, pois são uteis
ou não dependendo da ocasião, como Francisco Sforza que odiado pelo povo
construiu uma fortaleza, porem de nada adiantou, se for odiado pelo povo, pois
de lá não sairá antes que faça os ama-lo.
- O que
convém a um príncipe para ser estimado.
Fazer grandes empreendimentos, como Fernando
de Aragão, o qual assaltava reinos e distribuía parte destes lucros a seus
súditos que o amavam. Um príncipe ainda
é estimado quando se mostra inteligente e quando ama muito seu povo e odeia
muito seus inimigos. Neutralidade causa sua própria ruina.
Um príncipe nunca deve fazer alianças com
reinos mais fortes, e sempre se mostrar virtuoso e dar oportunidades a homens
que possuem esta virtude. E acima de tudo divertir o povo com festas para que
estes não se lembrem das coisas, mas que você.
- Dos
secretariados que os príncipes tem junto de si.
Quando são fieis e de tua confiança te ajudam
a tomar decisões em que não tens certeza do que fazer. Porém quando perceberes
que os ministros estão pensando em seus interesses próprios deve puni-los e
quando merecessem uma gratificação deve atribui-los. Concluindo se um príncipe
não puder confiar nada a seus ministros o fim será danoso.
- Como
se afastam os aduladores (puxa-saco).
O príncipe deve fugir dos aduladores e só
colocar homens sábios que só lhe darão opinião quando solicitado. Um exemplo é o imperador Maximino, não se
aconselhava com ninguém, pois não “precisava”, até que um dia tomou a decisão
errada se arruinou.
Conclui-se então que os conselhos bons devem
sempre nascer da prudência do príncipe e não o da prudência do príncipe
resultar em bons conselhos
-
Porque os príncipes da Itália perderam seus estados.
O povo sempre observa as ações feitas pelo
príncipe no momento deixando de lado as coisas passadas, assim o rei de
Nápoles, o duque de Milão entre outros, ou tiveram a inimizade do povo ou não
souberam se impor contra os grandes.
Um defeito comum entre os homens é na bonança
não pensarem na tempestade, assim são pegos de surpresa sem defesa e perdem o
reino.
- De
quanto pode a fortuna nas coisas humanas e de que modo se lhe deva resistir.
Muitos têm o pensamento de Deus governa as
coisas, então deixa-las jogadas na sorte, porem a sem a prudência de nada vale
a sorte, e arruínam-se.
O príncipe tem que mudar seus princípios como
pede a circunstancia, como um príncipe cauteloso se for tempo de paz, alcançara
a felicidade, já se for tempo de guerra e não mudar seus princípios arruína-se.
-
Exortação para procurar tomar a Itália e liberta-la das mãos dos bárbaros.
A Itália deve um novo príncipe que introduziu
uma nova organização e regras, que o tornaram digno de reverencia. Porém a
Itália nunca teve grandes príncipes comandantes de exércitos, assim sempre que
entrava em batalha sozinha perdia, porem sempre possuiu um povo unido e amante
acima de tudo de seu príncipe.
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